sexta-feira, 20 de março de 2009

A luta livre e a luta pela LIBERDADE

É mesmo um espanto a incapacidade selectiva de indignação face à verdade e às "verdades" que, em consequência, se fabricam para geração de rendimentos execrandos.
De facto, a verdade que assim se revela, indica que no que é essencial nada mudou. A verdade vivida, de facto, por quem foi forçado a viver nas masmorras da DISA[1] demonstra que o MPLA não venceu nem o fascismo nem o colonialismo e que, ao contrário, os exacerbou naquilo que de mais mau foram. Ou será que o regime que se seguiu ao do poder colonial português em Angola era uma democracia sob a batuta dos assassinos e torturadores da DISA que continuam impunes? Ou será que um regime que, nos dias que correm, enxota para lá do horizonte da cidade,do estado e dos seus serviços os mais pobres e mais excluídos dos musseques para construir condomínios para outros mais cidadãos é uma negação do colonialismo? É o endocolonialismo, apressado, bruto, que de novo nos acorda para a necessidade de libertação. É a forma mais aviltante de dominação de tipo colonial, a opressão de tipo colonial pelo próprio compatriota concretizado por um "desenvolvimento dual" que, obviamente, está a gerar um apartheid social, cultural, político e económico. Só os fabricantes de cegueiras políticas (co)produtoras de ditaduras não enxergam a realidade objectiva angolana nos dias que correm.
Louçã e o Bloco de Esquerda foram os únicos que assumiram a postura certa, demonstrando sem ambiguidade que não têm cifrões no lugar dos olhos. Têm olhos que vêem Angola e os angolanos com solidariedade para com o povo em vez de para com os seus predadores. Não deram boleia política aos que, em Portugal e Angola, consubstanciam uma aliança predadora da nossa existência.
Há gente com olhos que, obviamente, vêem o que não há e que ao mesmo tempo são cegos para verem o que tresanda a podridão por baixo dos seus narizes entupidos por alguma forma de rendimentos.
O normal, agora, seria que, quem a faz alarde da sua honestidade, manifestasse a indignação mais profunda face à cosa dos tarzans tabordas que representam os papéis principais na farsa "democrática" que vem sendo encenada em Angola, com a parceria de "democratas" portugueses, protagonistas duma política de salvação da sua barriga, ameaçada de fome e pela pobreza que a crise internacional está a engendrar, sem se importarem com os efeitos dessa estratégia na vida das angolanas e angolanos excluídos dos benefícios desse empreendimento. Além de não se indignarem atacam quem, de forma frontal aberta e livre, não só lhes recusa cumplicidade mas, acima de tudo, o faz de forma que contesta o saque a que Angola está a ser submetida novamente.
O MPLA está sim, de facto, a restaurar uma dominação de tipo colonial em Angola com o recurso a métodos do fascismo potenciados pela aplicação da escola ditatorial dos seus agentes à "democratização" com que travesti a sua natureza exclusivista no concernente à posse e exercício do poder.
Que tenha presente que as causas justas, a prazo, são sempre vencedoras e que os cúmplices europeus, "democratas", que hoje arregimenta, ("reconciliado"/vergado), serão os primeiros a deixa-lo cair. Aliás, ao longo da história, essa tem sido a regra constante do jogo entre piratas.
Luiz Araújo
Activista Cívico
in esquerda.net

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